segunda-feira, julho 07, 2008

um conto.


Ela acordou, ainda com a cabeça confusa, sem saber mesmo o que fazer diante da situação que a circundava. Levou a manhã adiante, sem querer pensar muito em tudo isso, se guardando da realidade que mais cedo ou mais tarde, ela sabia, iria surpreende-la.
Chegou a hora de sair pra sua rotina, para o que no fundo, lhe divertia um pouco. O caminho que não levava mais de 40 minutos, nesse dia, pareceu uma eternidade. O vento que soprava no seu rosto a fez lembrar do que ela queria esquecer, não teve como fugir, era inevitável.
Pensou, negou, se escondeu, negou, desejou, se escondeu, (...) permaneceu nisso por vários minutos. Até que a música que falava nos seus ouvidos a disse:

"...Agora, onde sou? quem estou?
Pra quem só passa pela vida Isto pode até parecer brincadeira, mas não,
Como eles eu volto ao monte, volto à caverna

Sinto o bicho que sou se contorcendo em minha veia,

Volto ao tudo para achar a resposta mais sensata...
A carne dos deuses em minha cara Simplesmente... a carne dos deuses em minha cara
Eu volto ao monte... a carne dos deuses em minha cara..
E assim eles me mostraram
Passe dos limites de sua casa, de sua turma

Se comunique sem nenhum tipo de rótulo

Supere seus limites

Não se conforme com a informação

Busque, atreva
Ultrapasse os muros impostos
Atravesse a linha do seu horizonte
Eleve seu espirito como um flash

Sem destino em todas as direções

Supere seus limites de respiração, de força, de bicho
Como um macaco nu que luta incondicionalmente pela vida
Então sinta mais
Abrace cada sentimento seja ele qual for

Como se abraça a quem se ama

E quando precisar chore
Onde estiver chore e um dia dance

Um dia dance do jeito que vc quiser
Sem dúvida as pessoas que dançam com verdade
São pessoas muito mais felizes..."

E ela lembrou, lembrou do sonho que tivera noite passada. Era ele, o homem do sonho que agora lhe falava as mesmas coisas, só que em forma musicada. Por um instante ela respirou fundo e pensara em tudo que estava fazendo ela desistir, pensou seriamente, enquanto sentia a melodia da música rasgar sua carne. Não haviam motivos maiores do que o medo dela de encarar a vida, que mais uma vez se mostrava "prestativa" à ela. O medo de mudar e de sair do que já estava confortável estava maior do que a vontade de fazer.
Mas, ela não deixou.
Sentiu-se envergonhada e percebeu que por instante havia deixado de seguir sua meta.
E porque?
Por causa de tudo que a fazia bem(?), medo de que a mudança levasse isso dela.
"NÃO!" Ela pensou.
"Nada nem ninguém vai parar sua vida por minha causa, não serei eu que darei as costas pra minha.
Não gosto e não quero ser acomodada, não seria eu. E o que me pertencer será meu, e o que se for, irá, não me culparei."
E outra música enche sua cabeça de convicção.

"...My suicidal dream,
Voices telling me what to do..."

Ela agora sabe mesmo o que fazer.
A vida não é para quem fica se lamentando.
Ela descobre isso todos os dias. Ela não deixará de aproveitar a vida que é tão planejada, ela no fundo sabe que, a maior responsável pela sua felicidade é ela própria.
O dia que de tão cinza chegou a brilhar para seus olhos se iguala ao rosto dela, pálida, cálida, que brilha também, do seu jeito, mas brilha.
E, as músicas continuam dizendo muito. Ela ainda também tem muito a dizer.



____________________________
*anne elisabeth*
qualquer semelhança é mera coincidência.

...


A vida real voltou.
Eu que estava esperando, agora queria que ela desse mais um feriado.


ouvindo lindamente sem parar toda hora: Frogstomp - Silverchair.

=**



4 comentários:

Albert Elliot disse...

Amei.
Brocou.
=*
S2

EdpeppeЯs disse...

amei!
amei!
amei!
amei!

amo!
amo!
amo!
amo!

;*S2

' Letícia G. disse...

Anne já falei que você é "PHODA" ?!
Annebroca.com.br :D

Anônimo disse...

AMEEI! :~

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