sexta-feira, julho 25, 2008

hoje.


Tive uma sensação estranha quando acordei, que não consegui definir, só agora, depois que o dia acabou.
Sensação de passado. De mudança, estranhamente ligada ao passado.
Uma coisa muito louca ligada também à outros ares, que viram, mas sem duvidar que o passado sempre deixa saudades, de uma forma ou de outra.
Agora, de noite, meu irmão, que enquanto olhava o orkut de uma velha amiga minha, quis ouvir o velho cd de Pitty - o primeiro/o melhor pra mim - e eu, consequentementem, também ouvi. Isso fez explodir em mim o alge da sensação de passado.
A verdade é que fico meio receosa com as mudanças, sempre fui assim, medo de perder o que já tenho, ou de mudar "para pior". Ouvindo às músicas, entretanto, tive a certeza que as mudanças geralmente são boas, sempre trazem renovação. Tive um sentimento bom, uma saudade boa daquela época, de tudo que vivi, e olhando pra trás, vi que as tranformações que sofri me mudaram para melhor, e que todo meu medo não adiantou, porque o tempo não esperou ele sumir, me engoliu, me testou e eu ainda estou aqui.
Consegui me reconhecer ainda naquelas músicas "empoeiradas", consegui associá-las
a coisas da minha vida hoje sem esquecer das minhas lembranças. Isso é tão bom. Me fez ver que não perdi nada, só ganhei, ou deixei de ganhar(o que esperava) ainda em algumas situações, não perdendo nada, de qualquer maneira.


Temporal

Pitty


Chega simples como um temporal
Parecia que ia durar
Tantas placas e tantos sinais
Já não sei por onde caminhar.

E quando olhei no espelho
Eu vi meu rosto e já não o reconheci
E então vi minha história
Tão clara em cada marca que tava ali.

Se o tempo hoje vai depressa
Não tá em minhas mãos
Cada minuto me interessa
Me resolvendo ou não.

Quero uma fermata que possa fazer
Agora o tempo me obedecer
E só então eu deixo
Os medos e as armas

Chega simples como um temporal (os medos e as armas)
Parecia que ia durar (os medos e as armas)
Tantas placas e tantos sinais
Já não sei por onde caminhar

E quando olhei no espelho
Eu vi meu rosto e já não o reconheci
E então vi minha história
Tão clara em cada marca que tava ali.

Se o tempo hoje vai depressa
Não tá em minhas mãos
Cada minuto me interessa
Me resolvendo ou não.

Quero uma fermata que possa fazer
Agora o tempo me obedecer
E só então eu deixo
Os medos e as armas
Eu deixo eu medos e as armas
Eu deixo os medos e as armas pra trás
E as armas pra trás
E as armas pra trás...




É, e eu poderia colocar qualquer outra música desse cd aqui, que causaria o mesmo efeito.(em mim)
Eu mudei, mas não deixei de ser eu/a mesma.



ouvindo: Pitty - Admirável Chip Novo. (o cd inteeeiro, várias vezes)

domingo, julho 20, 2008

dia do amigo.


Hoje é dia do amigo, que bom seria se todas as pessoas fossem amigas, não falo nem literalmente. Amigas umas das outras no sentindo de se tratarem melhor, de não serem inimigas mesmo.
Mas, como isso é utopia, que pelo menos os amigos de verdade se amem e possam contar sempre uns com os outros.

Feliz dia do amigo, pros de verdade, os que valem.
E aos amiguinhos animais também, porque esses sim são amigões.
;*


ouvindo: o estômago roncar depois de 4 horas de simulado.
¬¬

quarta-feira, julho 16, 2008

hoje é dia.


Sabe aquelas vezes que você sente que tem algo pra acontecer, mesmo sem saber se bom ou ruim, você fica naquela ansiedade do caralho, pedindo a Deus pro dia passar logo e chegar onde tem que chegar, e ao mesmo tempo reza pras horas passarem devagar, com MEDO do que estar por vir, esperando sempre o pior, porque as evidências são grandes e você não consegue esperar outra coisa?
O dia mais demorado da vida, mais chato e sem cabimento?
Coração apertado?

pois é!
é assim mesmo.
ainda bem que eu não sei o que é isso.
não sou eu que tô vivendo isso mesmo, foi só uma demonstração.
1,2,3..isso era um teste!

______________________________
mentir nessas situações não é o meu forte.
:P


ouvindo: Queen Adreena - Preety Like Drugs.

segunda-feira, julho 14, 2008

hoje é dia de maria.


Tive uma insônia maldita essa noite.
Mal dormir e pesadelos horríveis, coisa de dar medo. Nunca mais tinha me sentido assim e não gostei nada.
Acordei com a sensação ruim com a qual tinha dormido, a mesma que tinha me feito mal e feito mal também à terceiros.
Mesmo assim, com sono, dor de cabeça e sem conseguir comer fui à aula, me distrair talvez. Chegando lá, já na aula de literatura (*_*), falava-se sobre "Viva o povo brasileiro - João Ubaldo Ribeiro" e eu, sentei-me, disperssa em meus pensamentos.
Como num passe de mágica, eu ouço o nome Maria da Fé, personagem do livro, que tem toda uma história envolvente e encantadora, como todos os outros, mas, ela é especial.
Ela é a "personificação" da coragem, da luta, da busca de seus objetivos que eram também os de todos. Ela lutava pela uniformidade e justiça e não fugia à luta, mesmo com todo passado de dor e sofrimento.
Ela virou lenda!
E foi ela, que hoje, mesmo que sendo transmitida atraves da fala de outra pessoa, me transformou em Maria também.


__________________
anne

*minha vida tem parecido um livro ultimamente.
que loucura!
hoje tô melhor que ontem e amanhã, com fé em Jah, vou estar melhor que hoje, à espera do próximo capítulo.
mesmo que eu não tenha a força ou ela me abandone às vezes, eu quero ser sempre Maria e não desistir nunca.

=***

ouvindo: Amy Winehouse -[My] tears dry on their own.

rotina.


nascendo e morrendo todos os dias.
reconhecendo e estranhando você todos os dias.
sorrindo e chorando todos os dias.
sendo feliz e melancólica todos os dias.


eu tô me perdendo de mim, isso não me faz feliz.
me encontrar mais em você, às vezes, dói muito.
é fácil quando a gente acredita nas mentiras que ouvi,
o problema é quando elas já não anestesiam tanto.


________________


como dizem, "bom é quando faz mal".
eu insisto em ser masoquista.
não que não contribuam, mas, é um dom.
me dói um pouco o que preenche o peito.
o que me conforta é que isso passa.
a morfina que me alivia, eu mesma produzo.
=*

sábado, julho 12, 2008

eu não sou você.


Eu te vi me guardar numa gaveta,
junto às outras, mofadas, esquecidas.

Dias de chuva são quase tão bonitos quanto os de sol
A diferença está no cinza que esconde quase tudo que toca
E assim é você.

Escondeu tudo para que eu não pudesse ver,
Fez de tudo um céu cinza mas, camuflado num azul, pra não me perder.
E assim, eu não queria ser você.

Eu te vi me guardar numa gaveta,
Junto às outras, mofadas, imortalizadas.

Mas, a diferença é que sou arco-íris
E saio pintando todo esse seu cinza escurecido,
Não fico guardando sentimento envelhecido.
E assim sou eu.

Salto aos olhos de quem me vê
Não sou programada pra me esconder
Mereço muito mais que uma gaveta para sobreviver,
E assim, eu não sou você.

Eu te vi me guardar numa gaveta,
Junto às outras , mofadas, inconformadas.
Mas, não fiquei lá
Eu não sou você.


________________
anne elisabeth.
12.07.08



06 meses/ 3 dias e 23 horas.
o/

tudo lindo, apesar do meeedo do vestibular.
pra que porra?
eu não sei, ma, ele existe, sempre.
* foto por albert, meu irmão. (www.deunatelhablog.blogspot.com)

=***

ouvindo : Orgy ft Jonathan Davis - Revival.

segunda-feira, julho 07, 2008

um conto.


Ela acordou, ainda com a cabeça confusa, sem saber mesmo o que fazer diante da situação que a circundava. Levou a manhã adiante, sem querer pensar muito em tudo isso, se guardando da realidade que mais cedo ou mais tarde, ela sabia, iria surpreende-la.
Chegou a hora de sair pra sua rotina, para o que no fundo, lhe divertia um pouco. O caminho que não levava mais de 40 minutos, nesse dia, pareceu uma eternidade. O vento que soprava no seu rosto a fez lembrar do que ela queria esquecer, não teve como fugir, era inevitável.
Pensou, negou, se escondeu, negou, desejou, se escondeu, (...) permaneceu nisso por vários minutos. Até que a música que falava nos seus ouvidos a disse:

"...Agora, onde sou? quem estou?
Pra quem só passa pela vida Isto pode até parecer brincadeira, mas não,
Como eles eu volto ao monte, volto à caverna

Sinto o bicho que sou se contorcendo em minha veia,

Volto ao tudo para achar a resposta mais sensata...
A carne dos deuses em minha cara Simplesmente... a carne dos deuses em minha cara
Eu volto ao monte... a carne dos deuses em minha cara..
E assim eles me mostraram
Passe dos limites de sua casa, de sua turma

Se comunique sem nenhum tipo de rótulo

Supere seus limites

Não se conforme com a informação

Busque, atreva
Ultrapasse os muros impostos
Atravesse a linha do seu horizonte
Eleve seu espirito como um flash

Sem destino em todas as direções

Supere seus limites de respiração, de força, de bicho
Como um macaco nu que luta incondicionalmente pela vida
Então sinta mais
Abrace cada sentimento seja ele qual for

Como se abraça a quem se ama

E quando precisar chore
Onde estiver chore e um dia dance

Um dia dance do jeito que vc quiser
Sem dúvida as pessoas que dançam com verdade
São pessoas muito mais felizes..."

E ela lembrou, lembrou do sonho que tivera noite passada. Era ele, o homem do sonho que agora lhe falava as mesmas coisas, só que em forma musicada. Por um instante ela respirou fundo e pensara em tudo que estava fazendo ela desistir, pensou seriamente, enquanto sentia a melodia da música rasgar sua carne. Não haviam motivos maiores do que o medo dela de encarar a vida, que mais uma vez se mostrava "prestativa" à ela. O medo de mudar e de sair do que já estava confortável estava maior do que a vontade de fazer.
Mas, ela não deixou.
Sentiu-se envergonhada e percebeu que por instante havia deixado de seguir sua meta.
E porque?
Por causa de tudo que a fazia bem(?), medo de que a mudança levasse isso dela.
"NÃO!" Ela pensou.
"Nada nem ninguém vai parar sua vida por minha causa, não serei eu que darei as costas pra minha.
Não gosto e não quero ser acomodada, não seria eu. E o que me pertencer será meu, e o que se for, irá, não me culparei."
E outra música enche sua cabeça de convicção.

"...My suicidal dream,
Voices telling me what to do..."

Ela agora sabe mesmo o que fazer.
A vida não é para quem fica se lamentando.
Ela descobre isso todos os dias. Ela não deixará de aproveitar a vida que é tão planejada, ela no fundo sabe que, a maior responsável pela sua felicidade é ela própria.
O dia que de tão cinza chegou a brilhar para seus olhos se iguala ao rosto dela, pálida, cálida, que brilha também, do seu jeito, mas brilha.
E, as músicas continuam dizendo muito. Ela ainda também tem muito a dizer.



____________________________
*anne elisabeth*
qualquer semelhança é mera coincidência.

...


A vida real voltou.
Eu que estava esperando, agora queria que ela desse mais um feriado.


ouvindo lindamente sem parar toda hora: Frogstomp - Silverchair.

=**