domingo, junho 06, 2010

Q U E P A S S O U R Á P I D O . . .


Tanto tempo guardando aquilo em si, tanto ela se preparou.
Era sempre aquela mesma reação. Ela sabia que um dia ia chegar a hora e depois, nada mais teria no lugar do que passou. Ela sabia mas preferia não pensar nisso. Era tão bom sentir as borboletas no estômago. O perfume da aventura era tão melhor que a ausência. E assim ela seguiu. Todo o tempo que teve para aproveitar aqueles momentos de sorriso quente e dedos frios, ela o fez. Teria como ser diferente? Olhar para frente orgulhosa do que estava fazendo era a melhor coisa que podia acontecer na vida dela e acontecia. E as outras pessoas que não viam o que ela via eram apenas outras pessoas. O que importava mesmo era o vulcão que explodia dentro de si com toda aquela movimentação doce diante de seus olhos. Coração na boca, as mãos trêmulas tocavam outras mãos, abraços confiantes no que estava para acontecer. Os olhos se encontraram e estava dada a permissão, dos céus, dos deuses, de seja lá quem for. E estava feito. Rápido, estridente. Barulhos alucinantes, luzes refletindo o calor do que acontecia, gargalhadas altas, momento de felicidade genuína e rubor nas bochechas. Mas, como ela sabia, passou rápido. E quando percebeu foi sendo golpeada pelo que ela já esperava mas não queria. Não, ela queria ainda, queria tudo de novo. Foi ficando surpresa ao ver que o que tanto lhe preenchia agora era nada mais que o vazio da noite calada. Embora o sentimento de realização ainda permanecesse, era como se nada fosse conseguir arrancar aquela angústia de não mais ter a cabeça cheia de pensamentos...

Ela sabe que em breve tudo começa outra vez. Vendaval.